Parashá Nassô


A parasha desta semana (Números 4:21-7:89), dentre outras coisas fala sobre o voto de nazierado.

Este voto apresenta algumas características interessantes.

Quem fazia o voto de nazierado não poderia beber nenhum tipo de bebida alcoólica, nem ao menos comer uvas ou passas.

Também ficava proibido de cortar o cabelo, e não poderia se tornar impuro com algum morto, ou seja, não poderia tocar em nenhum defunto, nem participar de velório, mesmo que o defunto fosse parente próximo.

Esta proibição em específico vemos apenas sendo dado ao Sumo Sacerdote, e essa ligação é muito interessante.

O voto de nazireado era totalmente voluntário, e o que o fazia, precisava se manter separado por todo o período do seu voto.

Caso, antes de completar os dias do seu voto, ele se tornasse impuro, seus cabelos seriam raspados, e depois de sete dias ele retomaria seu voto, passando a contar todo o tempo novamente.

No livro de Juízes temos o relato de um notável nazireu: Sansão.

Sansão fora separado para o nazireado desde o ventre. Durante toda a gestação sua mãe não pode comer uvas nem beber vinho, e desde quando Sansão nasceu ele não teve seus cabelos cortados.

Por causa disto, o Eterno concedeu a ele uma força sobre humana, e ele seria usado para libertar Israel dos Filisteus.

Porém, o relato bíblico nos conta que, quando cresceu, ele não guardou seu nazireado como devia.

Ele comeu mel de uma colméia formada no cadáver de um leão, casou-se com uma filistéia, bebeu vinho, contaminou-se com uma prostituta chamada Dalila.

Tanto fez que a bíblia narra que o Espírito do Senhor se apartou de Sansão, e nas mãos de Dalila os cabelos de seu nazierado foram cortados.

Sansão foi aprisionado, teve seus olhos vazados, foi humilhado diante de seus adversários. O homem que deveria ser o libertador de Israel, por suas escolhas erradas, agora era apenas um prisioneiro fraco e ferido.

Mas, a bíblia nos conta que, estando ele no cárcere, ele se arrependeu de seus pecados.

Quando foi levado ao templo do deus Dagon, durante uma festividade em que estavam reunidos todos os príncipes dos filisteus, Sansão orou a Deus para que lhe desse força novamente, a fim de que ele pudesse, ao menos naquela ora, vingar daqueles que estavam oprimindo o povo de Deus.

Sua oração é ouvida, e com sua força retomada, Sansão derruba a viga principal do templo, derrubando tudo, e matando todos os príncipes dos filisteus.

Diz a bíblia que Sansão matou mais filisteus em sua morte do que em sua vida.

Sansão é um caso de um nazireu que, durante toda a vida não honrou o seu nazireado. Por isso seus cabelos foram raspados, pois seu voto havia sido quebrado.

Mas ao arrepender-se, ele teve a oportunidade de completar o seu voto, e Deus ouviu sua oração.

O caso de Sansão nos ensina muito sobre a misericórdia do Eterno, que perdoa os nossos pecados, e está sempre disposta a nos dar uma segunda chance.

Esta parashá também fala sobre a benção que Arão deveria proferir para abençoar os israelitas. Uma benção muito especial que enaltece a Graça e a Misericórdia do Eterno:

"O Senhor te abençoe e te guarde; o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti; o Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz." Números 6:24-26.

É assim que o Eterno deve ser experimentado e conhecido em nossas vidas, pois todos nós necessitamos de que seu rosto seja favorável a nós, e que dele recebamos Misericórdia e Paz.

O caminho para isso é o caminho do arrependimento.

Não importa o quão impuro você se tornou com seus pecados, se você se arrepender de seus pecados, Ele perdoará, e dará uma nova oportunidade para servi-lo.

O Eterno nos abençoe!

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