Uma nação nasce no deserto.

A parashá Bemidbar (Números 1:1-4:20) narra a formação dos exércitos de Israel, a escolha dos príncipes de cada tribo, sua formação no acampamento, e a designação dos levitas e sacerdotes para o cuidado do Tabernáculo.

Israel saiu do Egito como um povo escravizado, ainda desorganizado, sem uma estrutura hierárquica clara (apenas Moisés era o líder), e agora temos uma nação marchando, com um exército, com uma hierarquia, com insígnias para cada tribo. Temos agora uma nação.

Como Israel passou de um bando de escravos para uma nação em apenas um ano e dois meses?

Israel é uma nação que nasceu no deserto. E o que aconteceu neste período, desde a saída do Egito até o inicio de Números, foi que Moisés recebeu a Torá no Sinai, e Israel construiu o Tabernáculo e o consagrou ao Eterno.

Podemos traçar um paralelo claro com nossa vida espiritual.

Assim como Israel, nós fomos libertos da escravidão do pecado através da fé em Yeshua (Jesus). Ele, com mão forte e poderosa, livra-nos da condenação de nossos pecados, e nos reconecta a Deus.

Saímos do Egito quando cremos no Messias, mas ainda não estamos plenos. Estamos cheios de conceitos errados, uma mente ainda enfraquecida pelos anos que servimos ao pecado.

É então que recebemos a Torá do Eterno, que nos instrui, ensinando-nos a vontade do Pai. A Torá nos mostra o que é pecado, e como devo relacionar de forma justa com meu próximo e com Deus.

Mas só ter a Torá não é suficiente. Apenas aprender dogmas e doutrinas pode nos transformar em racionais da fé, que tem conceitos e valores, mas não tem intimidade com Deus.

Por isso, também precisamos construir o nosso Tabernáculo. Paralelo ao estudo das Escrituras, nós devemos desenvolver nossa vida de oração, de jejuns, de experiências com o sobrenatural de Deus.

A construção do Tabernáculo me permite crer no sobrenatural, ver a Shekinah, sentir a realidade da vida Espiritual que temos em Deus, e, sobretudo, nosso chamado para servir ao Eterno.

Quando estes dois aspectos estiverem de fato amadurecidos em nós, estaremos então capacitados a marchar e atuar firmemente no estabelecimento do Reino de Deus na terra.

É imprescindível que conheçamos as Escrituras, ao mesmo passo que é imprescindível nós termos experiência com Deus através da oração, do jejum e dos milagres. Sem esses dois aspectos bem amadurecidos, não estaremos aptos a marchar uma vida espiritual vitoriosa.

Shavuot (Pentecostes) é uma festa interessante a este respeito, pois é a festa onde são apresentados ao Eterno os cereais da terra. Também é a festa que coincide com a revelação dos dez mandamentos no monte Sinai.

Os frutos da terra estão relacionados com as nossas obras, enquanto que a revelação da Torá está relacionada com a instrução que recebemos do Eterno.

Não por menos, foi em Shavuot que o Eterno derramou do seu Espírito sobre os crentes, sendo um marco notório na realidade dos crentes daquele momento em diante.

O mundo judaico estará celebrando Shavuot no próximo domingo dia 09 de Junho de 2019.

Ao celebrar Shavuot devemos ter em mente o que aprendemos na parashá Bemidbar. Precisamos estar amadurecidos tanto no conhecimento das Escrituras como no relacionamento com o Eterno. E para isso, é imprescindível estarmos cheios do Espírito Santo.

Que o Eterno nos abençoe!

#Parasha #Bemidbar
#Capacitação #EspíritoSanto
#Shavuot #Amadurecimento

Comentários